"Expedição Subterrânea" foi o primeiro filme realizado pelo grupo. Nos anos 80 do séc. passado, estavamos ainda longe da era digital. Na altura, os filmes amadores eram gravados em película celuloide de "8mm" adquiridos em pequenas bobines com cerca de 3 minutos cada, contidas numa pequena embalagem selada que era inserida nas máquinas de filmar, e depois enviadas para laboratórios, que após revelarem os filmes, os devolviam ao remetente. Tratava-se de um processo longo e moroso, que só permitia apreciar o resultado das filmagens no mínimo 15 a 20 dias depois. Contráriamente ao acontece hoje, o resultado das cenas filmadas não era imediato e para fazê-lo, necessitavamos de um visionador e de uma coladeira (pequeno aparelho fazia os recortes e os colava com fita cola ). Depois de escolhidas as cenas aproveitaveis, com o auxílio da visionadora eram cortados e emendados sucessivamente, até completar todo o filme. Para além desta dificuldade, a luz ambiente necessária para possibilitar uma razoável qualidade, era fornecida com projectores de grande potência. Nos filmes do CES, tivemos que usar geradores que funcionavam a gasóleo e forneciam energia eléctrica para ligar um projector de 1000 W. O mínimo necessário para obtermos luz no interior com alguma qualidade. Mesmo assim, mutas cenas pecam por falta de luz. Toda a logistica envolvida era enorme, sendo necessários muitos metros de cabo e intercomunicadores para, por exemplo, garantirem que só existia corrente eléctrica nos cabos, quando estavamos a filmar. Como se depreende, os vulgares Walkie-Talkies, já existentes naquela época, não funcionavam no interior das cavidades. Este obstáculo foi ultrapassado com o recurso a telefones de campanha usados pelo exército (já sem uso) que ligados entre si com resistentes fios de aço, permitiam comunicar por centenas de metros no interior das grutas. No entanto, o tempo dispendido para a sua lemontagem era complicado, o que fazia com que para filmar algumas pequenas sequências, em locais afastados da entrada, chegasse-mos a levar mais de 12 horas. A iluminação só era ligada por um elemento do grupo que ficava no exterior, quando recebia a informação por telefone "ligar! Acção!" Só nesses breves instantes o projector era ligado e as filmagens efetuadas. Anos mais tarde, quando filmamos "Mundo Subterrâneo", cuja rodagem decorreu em diversas grutas do Algrave, os problemas logisticos ainda foram maiores, pois chegamos a filmar em duas grutas no mesmo dia. Só com apoio de entidades oficiais (CM e Juntas de Freguesia) nos foi possivel montar toda esta logistica. Na filmagens efetuadas no algar do Serro de Messines, por exemplo, tivemos que durtante a noite transportar um gerador com cerca de 150kg paro o topo do macisso. Nas filmagens na Rocha da Pena (Lapa da Pena) tivemos o apoio da Câmara Municipal de Loulé e Junta de Freguesia de Salir que nos transportaram o material mum jeep da CM. Na altura, o caminho era mau e intransitável para veículos de outro tipo.